A nossa maior diva do Fado, Amália Rodrigues, nasce em Lisboa, no dia 23 de julho de 1920. Data essa que marca o apogeu das comemorações do centenário de Amália.
A Rainha do Fado, que tantos ofícios teve…desde bordadeira, tarefeira, engomadeira, vendedora de fruta no Cais da Rocha, acaba por integrar as Marchas de Alcântara em 1936 e rapidamente é notada pela espectacularidade de seu timbre de voz. Foi um pequeno passo, até começar a cantar na famosa casa “O Retiro da Severa” e ser catapultada para o teatro, cinema e mundo!!!
O nosso astro, começa então uma vida que transcendeu a música, Amália demarcou a sua influência em vários aspetos do nosso país, sejam eles políticos, socias ou culturais.
Amália acabou por falecer no desgostoso dia de 6 de outubro de 1999, com 79 anos, em casa…O então primeiro-ministro, António Guterres decreta 3 dias de luto nacional. Centenas de milhares de pessoas acompanham o corpo da rainha do fado até ao Cemitério dos Prazeres, porém, passados 2 anos, os seus restos mortais foram trasladados para a sua última morada: o Panteão Nacional.
Amália não foi apenas uma cantora, ela foi e é uma representação de Portugal e da nossa cultura, uma alma que ficou presente em todos nós e tal como Camões, Fernando Pessoa ou Almeida Garrett, são expoentes máximos do bom nome português.
O centenário do seu nascimento é uma data que nunca poderia passar despercebida, e como tal, foram organizadas várias iniciativas desde uma missa, uma emissão filatélica com a apresentação da emissão de selos comemorativa do centenário, pelos CTT e vários concertos em homenagem à diva.
Amália não é só de Portugal, Amália é do mundo!
Pode consultar toda a programação da comemoração do centenário de Amália, através do link https://amaliarodrigues.pt/programa-do-centenario-1920-2020/
O principal legado de Amália
As principais músicas que catapultou de Lisboa para o Mundo…
Amália deixou um rico e vasto reportório musical, todas as suas músicas nos tocam no coração e aquecem a alma com aquele timbre inconfundível. Deixamos aqui uma pequena selecção, também muito assente na selecção pessoal, mas também em algumas das suas músicas mais famosas.
- Uma casa portuguesa
Numa casa portuguesa fica bem
Pão e vinho sobre a mesa
E se à porta humildemente bate alguém
Senta-se à mesa com a gente
Fica bem essa fraqueza fica bem
Que o povo nunca a desmente
A alegria da pobreza
Está nesta grande riqueza
De dar e ficar contente
Quatro paredes caiadas
Um cheirinho à alecrim
Um cacho de uvas doiradas
Duas rosas num jardim
Um São José de azulejo
Mais o sol da primavera
Uma promessa de beijos
Dois braços à minha espera
É uma casa portuguesa com certeza
É com certeza uma casa portuguesa
No conforto pobrezinho do meu lar
Há fartura de carinho
A cortina da janela e o luar
Mais o sol que bate nela
Basta pouco poucochinho pra alegrar
Uma existência singela
É só amor pão e vinho
E um caldo verde verdinho
A fumegar na tigela
Quatro paredes caiadas
Um cheirinho à alecrim
Um cacho de uvas doiradas
Duas rosas num jardim
Um São José de azulejo
Mais o sol da primavera
Uma promessa de beijos
Dois braços à minha espera
É uma casa portuguesa com certeza
É com certeza uma casa portuguesa
É uma casa portuguesa com certeza
É com certeza uma casa portuguesa
Fonte: LyricFind
Compositores: Arthur Vaz Da Fonseca / Reinaldo Ferreira / Vasco De Matos Sequeira
Letras de Uma Casa Portuguesa © Warner Chappell Music, Inc
- Povo que lavas no rio
Povo que lavas no rio
E talhas com o teu machado
As tábuas de meu caixão
Povo que lavas no rio
Que talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não
Fui ter à mesa redonda
Beber em malga que esconda
O beijo de mão em mão
Fui ter à mesa redonda
Beber em malga que esconda
O beijo de mão em mão
Era o vinho que me deste
água pura, fruto agreste
Mas a tua vida não
Aromas, do urze e de lama
Dormi com eles na cama
Tive a mesma condição
Aromas, do urze e de lama
Dormi com eles na cama
Tive a mesma condição
Povo, povo, eu te pertenço
Deste-me alturas de incenso
Mas a tua vida não
Povo que lavas no rio
Que talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão
Povo que lavas no rio
Que talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não
Fonte: Musixmatch
Compositores: Pedro Homem De Mello / J. Campos
- Foi Deus
Não sei, não sabe ninguém
Porque canto fado, neste tom magoado
De dor e de pranto
E neste momento, todo sofrimento
Eu sinto que a alma cá dentro se acalma
Nos versos que canto
Foi Deus, que deu luz aos olhos
Perfumou as rosas, deu ouro ao sol e prata ao luar
Foi Deus que me pôs no peito
Um rosário de penas que vou desfiando e choro a cantar
E pôs as estrelas no céu
E fez o espaço sem fim
Deu luto as andorinhas
Ai deu-me esta voz a mim
Se canto, não sei porque canto
Misto de ternura, saudade, ventura e talvez de amor
Mas sei que cantando
Sinto o mesmo quando, se tem um desgosto
E o pranto no rosto nos deixa melhor
Foi Deus, que deu voz ao vento
Luz ao firmamento
E deu o azul nas ondas do mar
Ai foi Deus, que me pôs no peito
Um rosário de penas que vou desfiando e choro a cantar
Fez o poeta o rouxinol
Pôs no campo o alecrim
Deu flores à primavera ai
E deu-me esta voz a mim
Deu flores à primavera ai
E deu-me esta voz a mim
Fonte: LyricFind
Compositores: Alberto Janes
Letras de Foi Deus © Warner Chappell Music, Inc, Warner Chappell Music Inc
- Estranha forma de vida
Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha a saudade
Foi por vontade de Deus
Que estranha forma de vida
Tem este meu coração
Vives de forma perdida
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida
Coração independente
Coração que não comando
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coração independente
E eu não te acompanho mais
Para deixa de bater
Se não sabes onde vais
Porque teimas em correr
Eu não te acompanho mais
Se não sabes onde vais
Para deixa de bater
Eu não te acompanho mais
Fonte: LyricFind
Compositores: Alfredo Rodrigo Duarte / Amalia Da Piedade Rodrigues
Letras de Estranha Forma De Vida © Universal Music Publishing Group
- Cheira a Lisboa
Lisboa já tem Sol mas cheira a Lua
Quando nasce a madrugada sorrateira
E o primeiro eléctrico da rua
Faz coro com as chinelas da Ribeira
Se chove cheira a terra prometida
Procissões têm o cheiro a rosmaninho
Nas tascas da viela mais escondida
Cheira a iscas com elas e a vinho
Um craveiro numa água furtada
Cheira bem, cheira a Lisboa
Uma rosa a florir na tapada
Cheira bem, cheira a Lisboa
A fragata que se ergue na proa
A varina que teima em passar
Cheiram bem porque são de Lisboa
Lisboa tem cheiro de flores e de mar
Cheira bem, cheira a Lisboa
Cheira bem, cheira a Lisboa
A fragata que se ergue na proa
A varina que teima em passar
Cheiram bem porque são de Lisboa
Lisboa tem cheiro de flores e de mar
Lisboa cheira aos cafés do Rossio
E o fado cheira sempre a solidão
Cheira a castanha assada se está frio
Cheira a fruta madura quando é Verão
Teus lábios têm o cheiro de um sorriso
Manjerico tem o cheiro de cantigas
E os rapazes perdem o juízo
Quando lhes dá o cheiro a raparigas
Um craveiro numa água furtada
Cheira bem, cheira a Lisboa
Uma rosa a florir na tapada
Cheira bem, cheira a Lisboa
A fragata que se ergue na proa
A varina que teima em passar
Cheiram bem porque são de Lisboa
Lisboa tem cheiro de flores e de mar
Cheira bem, cheira a Lisboa
Cheira bem, cheira a Lisboa
A fragata que se ergue na proa
A varina que teima em passar
Cheiram bem porque são de Lisboa
Lisboa tem cheiro de flores e de mar
Fonte: Musixmatch
Compositores: Traditional / Carlos Dias
- Nem às paredes confesso
Não queiras gostar de mim
Sem que eu te peça
Nem me dês nada que ao fim
Eu não mereça
Vê se me deitas depois
Culpas no rosto
Isto é sincero
Porque não quero
Dar-te um desgosto
De quem eu gosto
Nem às paredes confesso
E até aposto
Que não gosto de ninguém
Podes julgar
Podes chorar
Podes sorrir também
De quem eu gosto
Nem às paredes confesso
Quem sabe se eu te esqueci
Ou se te quero
Quem sabe até se é por ti
Por quem eu espero
Se eu gosto ou não afinal
Isso é comigo
Mesmo que penses
Que me convences
Nada te digo
De quem eu gosto
Nem às paredes confesso
E até aposto
Que não gosto de ninguém
Podes julgar
Podes chorar
Podes sorrir também
De quem eu gosto
Nem às paredes confesso
Podes julgar
Podes chorar
Podes sorrir também
De quem eu gosto
Nem às paredes confesso
Fonte: Musixmatch
Compositores: Ferrer Trindade / Artur Ribeiro / Max
- Gaivota
Se uma gaivota viesse
Trazer-me o céu de lisboa
No desenho que fizesse
Nesse céu onde o olhar
É uma asa que não voa
Esmorece e cai no mar
Que perfeito coração
No meu peito bateria
Meu amor na tua mão
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração
Se um português marinheiro
Dos sete mares andarilho
Fosse quem sabe o primeiro
A contar-me o que inventasse
Se um olhar de novo brilho
No meu olhar se enlaçasse
Que perfeito coração
No meu peito bateria
Meu amor na tua mão
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração
Se ao dizer adeus à vida
As aves todas do céu
Me dessem na despedida
O teu olhar derradeiro
Esse olhar que era só teu
Amor que foste o primeiro
Que perfeito coração
No meu peito morreria
Meu amor na tua mão
Nessa mão onde perfeito
Bateu o meu coração
Fonte: Musixmatch
Compositores: O Neill Alexandre / Oulman Alain Robert Bertrand
- Tudo isto é fado
Perguntaste-me outro dia
Se eu sabia o que era o fado
Eu disse que não sabia
Tu ficaste admirado
Sem saber o que dizia
Eu menti naquela hora
Disse-te que não sabia
Mas vou-te dizer agora
Almas vencidas, noites perdidas, sombras bizarras
Na Mouraria, canta um rufia, choram guitarras
Amor ciúme, cinzas e lume, dor e pecado
Tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado
Se queres ser o meu senhor
E teres-me sempre a teu lado
Não me fales só de amor
Fala-me também do fado
E o fado é o meu castigo
Só nasceu pra me perder
O fado é tudo o que eu digo
Mais o que é, eu não sei te dizer
Almas vencidas, noites perdidas, sombras bizarras
Na Mouraria, canta um rufia, choram guitarras
Amor ciúme, cinzas e lume, uma dor e pecado
Tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado
Amor ciúme, cinzas e lume, dor e pecado
Tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado
Fonte: Musixmatch
Compositores: Anibal Nazare / F. Carvalho
- Maria Lisboa
Toda a cidade flutua
No mar da minha canção
Passeiam na rua, retalhos de lua
Que caem do meu balão
Deixei Lisboa folgar
Não há mal que me arrefeça
A rir, a cantar, cabeça no ar
Que eu hoje perco a cabeça
Lisboa nasceu, pertinho do céu
Toda embalada na fé
Lavou-se no rio, ai ai ai menina
Foi baptizada na Sé!
Já se fez mulher e hoje o que ela quer
É bailar e dar ao pé
Vaidosa varina, ai ai ai menina
Mas que linda que ela é!
Dizem que eu velhinha sou
Há oito séculos nascida
Nessa é que eu não vou, por mim não passou
Nem a morte nem a vida
O Pagem me fez um fado
De novo ali me leu a sina
Não ter namorado, amor nem cuidado
E ficar sempre menina!
Lisboa nasceu, pertinho do céu
Toda embalada na fé
Lavou-se no rio, ai ai ai menina
Foi baptizada na Sé!
Já se fez mulher e hoje o que ela quer
É bailar e dar ao pé
Vaidosa varina, ai ai ai menina
Mas que linda que ela é!
Já se fez mulher e hoje o que ela quer
É bailar e dar ao pé
Vaidosa varina, ai ai ai menina
Mas que linda que ela é!
Fonte: Musixmatch
Compositores: Raul Ferrao / Norberto Araujo
- 10.Amália
Amália, quis Deus que fosse o meu nome
Amália, acho-lhe um jeito engraçado
Bem nosso e popular quando oiço alguém gritar
Amália, canta-me o fado
Amália, esta palavra ensinou-me
Amália, tu tens na vida que amar
São ordens do Senhor, Amália sem amor
Não liga, tens de gostar
E como até morrer, amar é padecer
Amália chora a cantar!
Amália, disse-me alguém com ternura, ai
Amália, da mais bonita maneira
E eu toda coração, julguei ouvir então
Amália pela vez primeira
Amália, andas agora à procura, ai
Amália, daquele amor mas sem fé
Alguém já me tirou, alguém o encontrou
Na rua com a outra ao pé
E a quem lhe fala em mim
Já só responde assim
Amália? Não sei quem é!
E a quem lhe fala em mim
Já só responde assim
Amália? Não sei quem é!
Fonte: Musixmatch
Compositores: Pierre Delanoe / Gilbert Becaud / Mann Curtis / Gallardo